Enquanto o futuro permanece incerto, as oficinas de artes decorativas da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva são a inspiração de uma nova coleção da Bainha de Copas.
Em vez de atirar a toalha ao chão, a Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva (FRESS) resolveu vestir uma blusa de seda e pôr um lenço ao pescoço. Enquanto as notícias se enchiam de expressões como “crise no GES”, “perda de mecenato” e “futuro incerto”, as agulhas da Bainha de Copas corriam a toda a velocidade para pôr de pé a coleção que é apresentada esta quinta-feira, 28, na casa que funciona também como escola e Museu de Artes Decorativas Portuguesas.
A parceria nasceu precisamente dos tempos conturbados: de um lado a FRESS, à procura de fontes de financiamento alternativas depois do colapso do Grupo Espírito Santo, seu principal mecenas e financiador, mas também a tentar abrir a casa e mostrar que não há apenas cómodas de estilo D. Maria a serem feitas no número 2 do Largo das Portas do Sol, em Lisboa. Do outro lado a Bainha de Copas, uma marca que tem vindo a transformar o património nacional em moda, dentro de um conceito chamado “Portuguese Wearitage” (qualquer coisa como “herança para vestir”) e que teve um dos seus pontos altos no momento em que Mariza usou uma saia cheia de azulejos perante 400 milhões de pessoas, na cerimónia de abertura da Liga dos Campeões, em maio do ano passado.
http://observador.pt/2015/05/27/artes-e-oficios-portugueses-transformados-em-roupa/